Sou Marcelo Prezoti, e uma das perguntas que mais ouço em reuniões com empresários e famílias é:
“Marcelo, seguro de vida não é só para deixar dinheiro para a família depois da morte?”
A resposta é simples: não.
O seguro de vida é muito mais do que isso ele é, na verdade, uma das ferramentas mais estratégicas dentro do planejamento patrimonial.
O seguro de vida como instrumento de liquidez
Um dos maiores problemas que acompanho no dia a dia é a falta de liquidez em momentos críticos.
Quando ocorre o falecimento de um empresário ou patriarca, a família normalmente enfrenta:
- Inventários longos e caros, que podem durar anos.
- Patrimônio travado, sem possibilidade de acesso imediato.
- Custos tributários elevados, como o ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação).
O que o seguro de vida faz é simples e poderoso: ele coloca dinheiro vivo na mão da família ou da empresa no momento em que mais se precisa.
Esse recurso pode ser usado para quitar dívidas, pagar impostos, manter o padrão de vida da família ou até comprar a parte de um sócio que deixou a empresa.
Um escudo estratégico para empresas familiares
Em empresas familiares, o seguro de vida funciona como um verdadeiro escudo de proteção.
Vou dar um exemplo prático que vivi em consultoria:
Uma sociedade de três irmãos, donos de uma indústria sólida, mas sem planejamento sucessório. Se um deles falecesse, as cotas passariam automaticamente para os herdeiros, que não tinham experiência na gestão. Isso poderia gerar conflitos e até a quebra da empresa.
A solução foi contratar seguros de vida empresariais atrelados a um acordo de sócios. Assim, em caso de morte de um deles, os demais teriam liquidez imediata para comprar as cotas do herdeiro, mantendo a empresa sob controle de quem já estava na gestão.
Resultado: tranquilidade para a família, continuidade para a empresa.
Seguro de vida é também ferramenta de planejamento tributário
Pouca gente fala disso, mas o seguro de vida pode ser estruturado de forma inteligente para minimizar impactos tributários.
Diferente de outros ativos, a indenização do seguro normalmente não sofre incidência de ITCMD em vários estados do Brasil, além de não passar por inventário.
Isso significa que o seguro pode ser usado como uma estratégia legal e eficiente para proteger a herança.
Minha visão prática
Depois de anos atuando em proteção patrimonial, posso afirmar:
o seguro de vida não deve ser visto como uma despesa, mas como um investimento estratégico.
Ele garante que, em momentos de crise, exista liquidez suficiente para que as famílias e empresas não precisem se desfazer de bens às pressas, muitas vezes por valores muito abaixo do mercado.
Minhas Considerações
O seguro de vida é, sem dúvida, um dos pilares mais importantes da proteção patrimonial.
Ele garante liquidez, segurança e continuidade.
E quando bem estruturado dentro de um planejamento, pode ser a diferença entre uma família em crise e uma família em paz.